Dia do Hangul
10:48
Vocês
sabiam que no dia 9 de Outubro se comemora o Dia do Alfabeto Coreano?
Para aqueles que não estão familiarizados com
a língua coreana, olhar para um sistema alfabético completamente diferente pode
ser assustador, e aprendê-lo parece maçador e uma perda de tempo. Mas não há
por que desesperar! Então vamos parar por um bocado e descobrir o que faz do Hangul
tão especial a ponto de ter um dia só para ele.
O
que faz da escrita coreana diferente das outras línguas asiáticas - como o japonês
e especialmente o chinês - é que ela tem um alfabeto distinto ao invés de
milhares e milhares de caracteres que é preciso memorizar. O alfabeto coreano
foi cuidadosamente desenvolvido com 28 letras originalmente, mas hoje só se usam
24 vogais e consoantes, o que é bastante semelhante ao nosso alfabeto. Mas cada
um desses caracteres foram projetados para serem lógicos e diretos, de modo com
que fosse um sistema alfabético que poderia ser aprendido por todas as pessoas,
desde nobres a camponeses. E mesmo que haja apenas 24 consoantes e vogais no
alfabeto coreano, é possível formar mais de 11 mil sílabas.
O Hangul (한글) foi
especificamente desenvolvido e projetado pelo Rei SeJong (1397~1450) para ser rápido e fácil de aprender.
O Rei SeJong, ou SeJong O Grande, é um
grande nome na história coreana. Conhecido pela sua inovação e inteligência,
foi o rei que decidiu que o povo coreano precisava de seu próprio alfabeto
distintivo, ao invés de usar caracteres chineses (HanJa, 한자/漢字). O Rei SeJong
achou que era importante para a Coreia ter sua própria escrita pela ‘independência cultural’ e para manter a longevidade da cultura
do próprio país. Os caracteres chineses eram difíceis de serem usados com a
língua coreana, e geralmente só a nobreza masculina tinha tempo e condições
para aprender a língua, o que significa que boa parte da Coreia era analfabeta.
O Rei SeJong queria por um fim a isso.
No Haerye (해례, explicações e exemplos das
pronúncias corretas), o Hangul foi descrito como sendo tão bem e logicamente
pensado que “um homem sábio pode
familiarizar-se com ele antes de a manhã acabar; um homem estúpido pode
aprender em um espaço de dez dias.”
[Aquele
momento em que cada começa a pensar em que categoria se encaixa].
Ter um
alfabeto que todos pudessem usar, significaria que as classes mais baixas, que
não tinham condições de aprender os caracteres chineses, poderiam agora usar
esse alfabeto para escreverem e comunicarem seus próprios pensamentos e
opiniões. Isso causou alguns aborrecimentos nas classes nobres, que disseram
que o Hangul era vulgar. Como vocês sabem, ser alfabetizado era um sinal de status, e o sistema Hangul foi visto como uma ameaça
ao status já que qualquer plebeu poderia ler e escrever.
Pensa-se que o alfabeto em si foi criado
pelo The Hall of Worthies.
O Hall of Woethies era um grupo de
estudantes seleccionados pelo rei que se distinguia belo brilhantismo das suas mentes.
O projecto da criação deste novo alfabeto terminou no final de 1443 e em 1446
um documento de nome HunMin JeongEum훈민정음), ou Sons Apropriados
para a Educação do Povo foi publicado, mais concretamente a 9 de Outubro.
O Hangul é escrito da esquerda para a
direita, na horizontal, o que é outra semelhança com o nosso alfabeto. A única grande
diferença em relação ao alfabeto romano [para além dos caracteres claro] é que
este é escrito em blocos de sílabas ao invés de uma letra seguida da outra. Por
exemplo, ‘Hangul’ em Hangul é ‘한글’. São duas
sílabas formadas de ‘han’ (‘한’) e ‘gul’ (‘글’), onde a
primeira sílaba é formada de ᄒ/h,ᅡ/a e ᄂ/n; e a segunda
é formada deᄀ/g, ᅳ/eu e ᄅ/l.
Aprender
Hangul é divertido, interessante e (relativamente) fácil.
Acreditem
ou não, é muuuuito mais fácil ler as músicas em Hangul do que com romanizações.
Pois estas muitas vezes são mal feitas e confusas de perceber.
Portanto,
se estiverem a pavonear-se por Seul, não esqueçam de prestar respeito ao
próprio homem e visitar a estátua maciça de Sejong O Grande, entre CheongGyeoCheon (청계천, um riacho urbanizado e moderno, considerado o
maior parque horizontal urbano do planeta) e a casa do Rei SeJong, o Palácio GyeongBokGung (경복궁). O alfabeto está inclusive gravado na estátua
como uma lembrança de sua maravilhosa contribuição para a nação. Ficaste interessado? Então se vives na zona norte, mais propriamente no Porto, a Faculdade de Letras da Universidade do Porto, a.k.a FLUP tem cursos de coreano a disposição do público geral. Ou então podes sempre experimentar estes sites recomendados pela embaixada da Coreia do Sul em Portugal.
Fonte: SarangInGayo
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